Diário de um Ilusionista
Vê?
Essa foi você!
Leve como o vento,
E devastadora como um furacão.
Vendo minhas lembranças,
Recordo-me que nem sempre você foi
assim.
Éramos um casal um tanto quando
melado,
Parecíamos gêmeos siameses.
A respiração de um,
Era o suspiro do outro.
Nossas conversas eram sequencias,
De um completar de frases.
Você tirava as palavras de minha
boca,
Literalmente.
Parecia uma transferência de
pensamentos,
Via beijos quentes.
Tudo parecia tão perfeito!
Seus olhos transmitiam o que sentíamos
um pelo outro,
E nosso suor transpirava o amor
eterno.
Porém a convivência trouxe a tona
nossas impurezas,
Nossas inverdades ocultas.
Tudo aquilo que tínhamos evitado
mostrar um ao outro,
Já se sobressaía em relação ao que
de positivo tínhamos.
Você já não gostava do meu jeito.
Descobri seus podres,
E sua pureza estava manchada de
lama.
Como era horrível o podre cheiro da
descoberta,
Tudo passou a ser tão mais obscuro
pra nós.
Logo,
Aquela ardente paixão acabou,
E já não mais passava de um
monótono banho-maria.
Quase ao fim de nosso
relacionamento,
Você já não mais parecia a mesma.
Seus lindos olhos,
Antes convidativos a descoberta.
Agora eram obscuros,
E fechados a meu pensamento.
Eu via ódio em seu olhar,
Você começou a construir sua
vingança.
Vingança de um amor ilusório,
Um amor que a corroeu tanto quanto
a mim.
Você foi devastadora feito um
furacão,
Parecia nascida para a vingança.
Ahhh, não deve ser doce o gosto da
vitória?
Eu não soube o que é isso,
Eu perdi.
Perdi porque acima de tudo,
Mesmo com os defeitos.
Eu ainda te amava,
E deixei seu ódio vencer.
Pois você foi um furacão em minha
vida,
E devastou meu coração...
...deixando-o
tonto de amor.
Diário de um Ilusionista